Isto não é prêt-a-porter, é alta costura, disse Manoel Ribeiro esta manhã aos deputados da Comissão de Ambiente, e explicou: o trabalho nas favelas é à medida do cliente e o cliente são os moradores desta estranha forma de urbanizar. Manoel Ribeiro é um arquitecto que desenvolveu ao longo de vários anos uma metodologia própria de intervenção e melhoria das condições de habitabilidade de assentamentos precários, em especial no Brasil mas também em Cabo Verde.
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Para o arquitecto, temos de nos despir de preconceitos quando olhamos para este urbanismo informal, que afinal não é tão diferente do que se fazia na antiga Grécia ou noutras partes do mundo. A pobreza aguça a criatividade e ele próprio se considera um ladrão das ideias que vê neste bairros, soluções engenhosas que ele adopta e devolve melhoradas para resolver, por exemplo, problemas de saneamento ou acessibilidade.
Questionado sobre como contactar com os moradores nestes bairros, confessou: Imersão. Ou seja, indo lá, vivendo lá, dormindo lá.
Investigadores portugueses, autarcas e activistas do direito à habitação estiveram presentes na audição, que foi pública, tendo depois confraternizado o trocado experiências com Manoel Ribeiro.